O novo filme da série 007, Quantum of Solace marca realmente a transição de um Bond clássico para um Bond do século XXI. Mas para os fãs mais antigos da série, o filme suscita uma interessante pergunta: Is his name Bond? James Bond??
O novo filme da série 007, Quantum of Solace, que teve sua estréia no Brasil na última sexta-feira dia 7, marca realmente a transição de um Bond clássico para um Bond do século XXI. Todas as características que fizeram do agente britânico um ícone da cultura cool, foram praticamente deixadas para trás. O novo 007 não é mais aquele Don Juan incontrolável, que pegava todas que cruzassem seu caminho; não se mantem impecavelmente alinhado por todo o filme, muito pelo o contrario, já que passa boa parte do longa desarrumado; não usa os trocadilhos habituais, nem mesmo a imortalizada frase, dita em todos os filmes anteriores da franquia: ”My name is Bond. James Bond”; e só bebe o clássico Martini, na verdade um drink criado por ele no ultimo filme da série, 007 - Cassino Royale, batizado com nome de sua amada Vésper, em uma ocasião; enfim é um Bond muito diferente, mas muito mais humano.
Essa evolução é perceptível desde o primeiro longa da Era Daniel Craig, que não trouxe apenas cabelo loiro e muitos músculos para o agente, mas também muito mais sangue frio, personalidade, vitalidade e uma dose boa de realidade (Há aqueles que devem rir disso, mas...) para o agente da MI6. O longa, que não teve seu nome traduzido devido a dificuldade de achar termos semelhantes e comerciais para o português (A tradução ficaria algo como "quantidade de conforto"), inicia com um intervalo real de poucas horas depois do término de seu antecessor, Cassino Royale, com a interrogação de um membro da organização desconhecida, mas muito poderosa, responsável por toda teia de intrigas e armações que levaram a mulher que Bond amava o trair. Com sede de vingança, o espião fica incontrolável na procura de seus inimigos. Na jornada, ele acaba não só se desentendendo com seus rivais, mas também com seus aliados, chegando a ter sua captura autorizada pela chefe do Serviço Secreto Britânico, M (Judi Dench, em sua maior atuação desde que assumiu o papel da agente).
Sem dúvidas Cassino Royale foi muito melhor, mas Quantum of Solace não chega a desapontar. É extremamente bem filmado, bem sonorizado, bem dirigido (por Marc Forster, de A Última Ceia) e principalmente, bem interpretado, tanto por Daniel Craig, quanto pelo elenco de apoio, porém fica devendo um bocado em roteiro, que ficou um tanto confuso e não esclareceu dúvidas que foram colocadas ainda no filme anterior. Mas é este realmente o desejo da produtora da série, porque quanto mais tramas desamarradas, mais bilheteria para as próximas seqüências, que ainda terão muito que explicar nesta nova era de 007. Vale um ingresso e meio.
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